sábado, 15 de março de 2008

Leis de Mercado

É sabido que em função delas, as aglomerações de pessoas evoluiram e moldaram a nossa sociedade atual e irão alterá-la em direção ao futuro. Entretanto, muitos pensam e agem, como se outra ordem, seja ela econômica, social, religiosa, ideológica, política, etc., diferente, prevalecesse sobre essa.
A ética, surgida em função do relacionamento político e, por consequência direta, nos negócios dela decorrentes - visa, principalmente, a busca de uma equidade nos relacionamentos entre iguais e é submetida a uma arbitragem superior (Leis).
A moral, de origem religiosa ou filosófica, visa, a equidade nos relacionamentos (negócios) entre desiguais, e a arbitragem prevista, seria a nossa necessidade de sobrevivência ou, a nossa consciência (religiosa ou seu embasamento filosófico).
Embora aparentemente não relacionados diretamente entre sí, negócios com sucesso, respeito profissional e destaque social, são na realidade, fruto das Leis de Mercado: desde aquelas que ditam o que iremos vestir, o que iremos comer, etc..
Ou seja, somos decorrência direta do meio em que vivemos. Pensamos até que o que desejamos, seja uma consideração exclusivamente nossa, quando na realidade estamos sendo condicionados (adestrados) para correr tal qual cavalos, numa raia.
Perguntado se a propaganda não seria uma forma de vender o desnecessário, David Ogilvy, um dos seus Papas, argumentou: "O homem só precisa de uma pele para cobri-lo, uma caverna como teto para abriga-lo e de uma fogueira para aquece-lo, tudo o mais, é supérfluo".
No entanto, e aqui reside o motivo dessa crônica, setores da nossa sociedade lutam, competem, e alguns até praticam atos condenáveis, seja porque ainda não 'chegaram lá', seja porque fracassaram, seja para se recuperar, seja para manter o pique.
Outros ainda, adotam valores que foram vendidos como reais, e passam a exigir cada vez mais, sem se delongar muito na fragilidade deles, por prático que é ter alguém a nos dizer o que é bom ou mal, 'In ou Out'.
Como esperar uma sociedade menos conflitante se há encomenda de drogas, para manter a criatividade acima da média se por outro lado, há os que reclamam da existência, e da prepotência, cada vez mais gritante, de traficantes em nossos quintais.
Ou, quando se compra peças baratas de carros nos desmanches e reclama-se dos roubos de carros em alta.
Ou seja, por mais desconfortável que pareça, fomos nós — a sociedade como um todo, que criou — ou adotou — o tipo de vida da qual hoje estamos a reclamar dos adereços e penduricalhos que a acompanham.
Se queremos mudanças, temos de planejar e começar a estudar estratégias de eliminação dos mercados que nos incomodam, não basta reclamar, temos de agir!
E constataremos que sempre haverá indivíduos muito mais perigosos, são aqueles que em vez de atender os desejos menos dignos, ou mesmo abjetos, de alguns, tiram proveito das efêmeras ilusões que alimentam a indigência mental de expressivas parcelas da Nação!

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